Prurigo Nodular De Hyde
O prurigo nodular (PN) é uma doença cutânea crônica, rara, que afeta principalmente adultos mais velhos. Ocorre em pacientes com prurido crônico e está frequentemente associada a uma história de dermatite atópica.
ETIOLOGIA: Acredita-se que a patogênese do PN seja caracterizada por um padrão de reação cutânea devido a coceira crônica e coçar repetido, também denominado “ciclo de coceira e arranhão”. Embora a patogênese exata da PN seja desconhecida, a desregulação imune e neural conduz ao ciclo pruriginoso.
Epidemiologia. Geralmente ocorre em indivíduos entre 20 e 60 anos de idade, com ambos os sexos igualmente afetados. Em aproximadamente 50% dos casos, ele está associado a uma história de dermatite atópica. Além disso, doenças sistêmicas, por exemplo, diabetes, insuficiência renal crônica, hepatite C, enteropatia por glúten, infecção por HIV, transtornos psiquiátricos (ansiedade, depressão) e estresse emocional também foram relatados nesses pacientes.
Manifestações clínicas. Clinicamente, ele é caracterizado por nódulos firmes pruriginosos, com 0,5 a 3 cm de diâmetro, hiperpigmentados ou purpúricos, com superfície hiperceratótica ou escamosa. As principais áreas acometidas incluem o tronco e as superfícies extensoras dos membros superiores e inferiores. As lesões são geralmente bilaterais e simétricas, com nódulos estáveis ou em número crescente e podem apresentar sinais de escoriação com a superfície plana, umbilicada ou com crosta. O prurido é sempre severo, podendo se apresentar de forma paroxística, esporádica ou contínua e intensificar com calor, suor ou irritação da roupa.
Diagnóstico. O diagnóstico de prurigo nodular é principalmente clínico, baseado em suas características. No entanto, em alguns casos, pode ser difícil diferenciá-la de outras dermatoses nodulares apenas na base clínica, exigindo, portanto, que o exame histopatológico seja realizado para o diagnóstico definitivo. A histopatologia revela hiperplasia epidérmica irregular ou hiperplasia pseudoepiteliomatosa; paraceratose focal com acantose irregular; densidade de fibras nervosas diminuída; e um infiltrado dérmico não específico contendo linfócitos, macrófagos, eosinófilos e neutrófilos. Um folículo piloso pode ser visto no centro da lesão.
Diagnóstico diferencial. Deve-se considerar no diagnóstico diferencial penfigóide nodular, escabiose nodular, líquen plano hipertrófico, ceratoacantomas múltiplos e epidermólise bolhosa pruriginosa. Dermatofibromas e quelóides também merecem atenção.
Tratamento. Para pacientes com um número limitado de lesões nodulares, sugere-se corticosteroides tópicos como terapia de primeira linha. A pomada de 0,05% de propionato de clobetasol deve ser aplicada uma vez à noite por pelo menos duas a quatro semanas. A injeção intralesional de corticosteroides é eficaz na redução do prurido e na diminuiçõa dos nódulos. Pode ser uma opção de tratamento em pacientes com poucas lesões grandes. Triancinolona em concentrações de 5 a 20 mg/mL é injetado nas lesões a cada quatro semanas até que o prurido diminua e os nódulos também. Outros tratamentos tópicos que têm sido usados com algum sucesso em pacientes com doença limitada incluem capsaicina tópica, inibidores tópicos de calcineurina e análogos de vitamina D. Para pacientes com doença generalizada e aqueles com doença que não respondem a corticosteroides tópicos ou intralesionais, sugere-se fototerapia com radiação ultravioleta B de banda estreita (NBUVB) como terapia de primeira linha, administrado 2-3 vezes por semana durante um período máximo de 10 semanas em combinação com corticosteroides tópicos. Pacientes com doença generalizada ou que não respondem à fototerapia podem se beneficiar de tratamentos sistêmicos, que incluem imunossupressores sistêmicos (metotrexato, ciclosporina), talidomida, lenalidomida e anticonvulsivantes (gabapentina e pregabalina). O prurigo nodular é benigno e não aumenta a mortalidade, no entanto, a morbidade grave pode ocorrer em pessoas não tratadas e até mesmo em algumas tratadas. Uma vez ocorridas as lesões, resolução completa é incomum. A maioria das lesões permanece presente de alguma forma, mesmo após o tratamento de longo prazo. Além disso, Nemolizumab (anti -IL-31)) é um novo medicamento desenvolvido para interromper o ciclo de coceira-arranhões do PN. Alguns estudos apontam o uso de canabinoides nesse sentido de aliviar o prurido. Dupilumab também é apontado como tratamento emergente para atenuar a coceira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
2021 May;26(3):5-8. Prurigo Nodularis: Review and Emerging Treatments Maria Leis 1, Patrick Fleming 2 3, Charles W Lynde 2 3 PMID: 34077168
https://www.skintherapyletter.com/dermatology/prurigo-nodularis-treatments/
Prurigo Nodularis Tessa B. Mullins 1, Poonam Sharma 2, Christopher A. Riley 3, Sidharth Sonthalia 4 In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan. 2021 Sep 14. PMID: 29083653 Bookshelf ID: NBK459204
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459204/