Prurigo gestacional
Doença benigna específica da gestação, também chamada de eczema atópico da gravidez ou prurigo gestacional de Besnier, foi descrita inicialmente por Besnier et al. em 1904.
Etiologia: Dermatose de etiologia ainda desconhecida, acredita-se que seja um tipo de overlap do prurido de origem atópica.
Epidemiologia: Considerada hoje a doença específica da gestação mais prevalente, representando quase metade de todas as doenças específicas da gravidez. Ao contrário da PUPPP, colestase intra-hepática da gestação e penfigóide gestacional, que predominam no final da gravidez, o prurigo gestacional ocorre mais precocemente, entre a 20º e 34º semana. Raramente ocorre em primíparas.
Quadro clínico: Caracteriza-se por pápulas e nódulos eritematosos intensamente pruriginosos principalmente em superfícies extensoras dos membros, abdomen, podendo acometer também o tronco. As lesões evoluem para crostículas e escoriações, caracterizando um quadro eczematoso.
A histopatologia é inespecífica e evidencia infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário na derme superior, sem eosinófilos, com presença de acantose e paraceratose, sugerindo um processo eczematoso subagudo ou crônico. Imunofluorescência negativa.
O diagnóstico diferencial deve incluir além das doenças específicas da gravidez, as dermatoses pruriginosas não relacionadas à gestação.
Tratamento: O tratamento é sintomático, visando alívio do prurido. Usa-se anti-histamínicos orais e corticóides tópicos. A doença tem caráter benigno, não acarreta repercussão para mão e/ou feto, e tende a se resolver logo após o parto, exceto em raros casos que pode persistir por semanas ou meses. Não há tendência a recorrer em gestações futuras.