Foliculite dissecante
Trata-se de uma doença supurativa do couro cabeludo, rara, descrita pela primeira vez em 1903.
Epidemiologia: Mais comum em homens negros, entre a segunda e quarta décadas de vida. Porém, pode ocorrer mais raramente, em outras raças e em mulheres.
Etiopatogenia: A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja resultado da oclusão da unidade glandular pilossebácea, fazendo parte da tétrade de oclusão folicular, composta também pela acne, hidradenite supurativa e cisto pilonidal, as quais podem vir associadas. A oclusão levaria a retenção da secreção sebácea, que sofreria inflamação e infecção secundária, originando o quadro. O principal patógeno envolvido é o Staphylococcus aureus.
Manifestações clínicas: Clinicamente, manifesta-se por pústulas foliculares (foliculite), que evolui para nódulos e abscessos flutuantes que se intercomunicam por fístulas e drenam pus ou sangue. Áreas de alopecia sobre os nódulos são frequentemente vistas. Não há sintomas sistêmicos, mas pode deixar alopecia cicatricial no local.
Embora possa haver resolução espontânea em alguns casos, o esperado é uma evolução crônica e reincidente.
Cultura bacteriológica deve ser solicitada, com objetivo de tratar a infecção secundária, usualmente acarretada pelo S. aureus.
Tratamento: O tratamento torna-se às vezes difícil, com resultados desanimadores.
A isotretinoína é considerada o tratamento de escolha, pela etiopatogenia de oclusão folicular do quadro. Para evitar recidivas, a medicação deve ser continuada por aproximadamente 4 meses após a inatividade do quadro.
Antibióticos orais vem sendo usados com sucesso, como a doxiclina, rifampicina, ciprofloxacino, sulfa e dapsona. Casos tratados com a associação de isotretinoína e antibióticos tiveram bons resultados.
Agentes biológicos têm sido usados em alguns casos, com boa resposta. Drenagem ou excisão cirúrgica pode estar indicada, em alguns casos.