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Exantema Súbito

30/01/2025

Doença infectocontagiosa benigna causada mais comumente pela variante B do herpesvirus humano 6 (HHV6), e menos frequentemente pelo HHV7, sendo comum na infância e acometendo principalmente a faixa etária de 6 meses a 2 anos de idade. Os anticorpos maternos são protetores antes dos 6 meses de idade. O HHV6 possui duas variantes genéticas e fenotípicas, HHV6A e HHV6B, sendo este último o mais comum. Recebeu várias denominações tais como: “roseola infantum”, sexta doença, pseudo-rubéola, febre dos três dias, exantema crítico e exantema súbito.

Transmissão e Incubação. A transmissão ocorre principalmente através do contato com secreções respiratórias ou saliva de indivíduos infectados, mesmo que estejam assintomáticos. O período de incubação varia de 5 a 15 dias.

Manifestações clínicas. É o exantema infeccioso mais comum nos 2 primeiros anos de vida (82% de todos os casos) e até essa idade 30% das crianças desenvolverão o exantema súbito. Incide mais no verão e tem baixa contagiosidade. O período de incubação varia entre 5 e 14 dias. A idade máxima de ocorrência é aos 6 meses com 98% dos casos totais observados entre os 4 e os 12 meses de idade. A diarréia leve a moderada é outra característica clínica comumente associada que geralmente é apresentada a partir do terceiro dia febril em diante. O quadro clássico cursa com aumento abrupto de temperatura (38 – 40o C), usualmente acima de 40,5oC e febre persistente que continua por 3 a 4 dias, quando então desaparece em crise (lise ou defervescência). Neste período o exame físico é inexpressivo com freqüente adenopatia subocciptal e cervical posterior, chamando atenção o estado geral preservado da criança. A erupção cutânea aparece normalmente após o término do período febril ou até 24 horas após a sua remissão. São máculas ou maculopápulas róseas de 2 a 3 mm, que caracteristicamente iniciam-se no tronco estendendo-se para o pescoço, nuca, face e raízes dos membros. Febre alta por 4 dias seguida de exantema troncular clássico é típico para roséola. Um enantema de pápulas vermelhas no palato mole e úvula pode ser visto (mancha de Nagayama).
A úlcera juncional uvulo-palatoglossal (UPJ) é um sinal clínico inicial confiável com valor preditivo positivo de 95%. A duração do exantema é, em média de 1 a 2 dias, podendo eventualmente durar horas ou passar desapercebido. O exantema não é recorrente, nem pruriginoso, nem há descamação da pele ou enantema. A complicação mais freqüente é a convulsão febril.
Devido à febre alta e à capacidade do vírus de atravessar a barreira hematoencefálica, 15% das crianças também terão uma convulsão febril aguda durante a fase febril da doença. A roséola infantil é uma doença autolimitada, diagnosticada clinicamente, que pode ser tratada sintomaticamente. O HHV-6 provavelmente permanecerá latente em pacientes imunocompetentes, mas pode ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes imunossuprimidos.

Diagnóstico. Permanece basicamente muito clínico e suas características bem documentadas até agora são: 1) idade de início entre 3 meses e 2 anos; 2) sem predominância de gênero; 3) início agudo com febre alta que continua por 3 a 4 dias; 4) não há achados anormais após o exame físico, exceto pela vermelhidão leve da garganta; 5) aparência de erupção maculopapular rosa na defervescência que desaparece dentro de 3 a 4 dias; 6) bom prognóstico sem seqüelas.

Diagnóstico diferencial. É feito com as demais doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, eritema infeccioso, escarlatina, etc) e hipersensibilidade a drogas.

Tratamento. Não há tratamento antiviral específico para o exantema súbito. O manejo é sintomático, focando no controle da febre com antitérmicos como paracetamol ou ibuprofeno e garantindo hidratação adequada. A maioria das crianças se recupera completamente sem complicações.

Prevenção. Atualmente, não existe vacina para o exantema súbito. Medidas preventivas incluem práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente e evitar o contato próximo com indivíduos infectados. Devido à natureza contagiosa da doença, é aconselhável manter a criança afastada da creche ou escola até que esteja sem febre e em bom estado geral.

Prognóstico. É excelente, com a maioria das crianças se recuperando completamente em poucos dias. É importante monitorar a criança durante a fase febril para identificar e manejar possíveis complicações, como convulsões febris.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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