Eritroplasia de Queyrat
Eritroplasia de Queyrat (EQ)
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A eritroplasia de Queyrat corresponde ao carcinoma espinocelular in situ, localizado em mucosas e semimucosas, sendo uma placa velvética bem demarcada da pele glabra do pênis ou vulva.
ETIOLOGIA: A etiologia exata da doença ainda é desconhecida mas 80-90% dos casos relatados de EQ são geralmente vistos em homens não circuncidados. Isso, por sua vez, indica uma possível relação com cuidados e hábitos de higiene penianos.
EPIDEMIOLOGIA: Afeta mais frequentemente indivíduos do sexo masculino acima dos 50 anos de idade. A proporção de transformação em carcinoma invasivo da eritroplasia é mais elevada que a observada em relação à Doença de Bowen e o carcinoma espinocelular dela resultante é bem mais agressivo. Na EQ, 33% dos carcinomas de células escamosas penianas in situ evoluem para carcinoma espinocelular invasivo, enquanto na Doença de Bowen esse número é menor que 5%.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO: A lesão, geralmente única, ocorre em glande, prepúcio e, mais raramente, na mucosa genital feminina e mucosa oral. Apresenta placa bem definida, vermelho-brilhante, amarelada, finamente granulosa, levemente infiltrada, de aspecto aveludado. O diagnóstico diferencial inclui balanopostite crônica, psoríase, líquen plano, balanite plasmocitária, melanoma maligno do pênis, candidíase e eritema fixo. A biópsia da lesão é imperativa e o quadro hispatológico é característico, semelhante à doença de Bowen. É positiva para HPVs de alto risco, que histologicamente representa neoplasia intraepitelial escamosa de grau elevado. Na papulose bowenóide e na eritroplasia de Queyrat não há uma infecção produtiva pelo HPV, sendo assim, não há coilócitos detectáveis nas lesões.
TRATAMENTO: O tratamento é semelhante ao da Doença de Bowen. A EQ peniana pode ser tratada com ressecção local, terapia a laser, terapia fotodinâmica e tópica com 5-fluorouracil ou creme de imiquimod a 5%. A avaliação patológica das margens cirúrgicas é fundamental na tentativa de reduzir as taxas de recorrência local. Estratégias de preservação do pênis são recomendadas para o tratamento de pequenas lesões. A glandectomia total e do prepúcio tem a menor taxa de recorrência, 2%, para o tratamento de pequenas lesões. É necessário um acompanhamento diligente para permitir a detecção precoce da recorrência, avaliar os resultados do tratamento e conscientizar os pacientes sobre a importância do autoexame contínuo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
7 de junho de 2012. doi: 10.4081/cp.2012.e63 PMCID: PMC3981308 PMID: 24765462 Eritroplasia de Queyrat Deirdre Mary Fanning e Hugh Flood
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3981308/
25 de junho de 2020;12(1):8566. doi: 10.4081/dr.2020.8566. Eficácia da terapia fotodinâmica tópica no tratamento da eritroplasia de Queyrat Massimo Iafrate 1, Mariangela Mancini 1, Oração Tommaso Galetti 1, Serena Szekely 2, Eduardo Zattra 2, Daniele Vaccari 2, Stefano Piaserico 2
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32655845/