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Eritema Ab Igne

O Eritema Ab Igne ( from the fire) é uma dermatose hiperpigmentada, com deposição reticular, ocasionalmente eritematosa e telangiectásica. É resultado de exposições prolongadas da pele a uma fonte de calor, geralmente associada a hábitos relacionados ao trabalho ou a atividades pessoais.



Epidemiologia. Atualmente, esta condição tende a ocorrer com mais frequência, sendo associada a uma variedade de instrumentos modernos, incluindo travesseiros aquecidos, aquecedores, cobertores térmicos, laptop e smartphones. Além disso, a lombalgia crônica e o consequente uso repetido e prolongado de calor localizado para aliviar esse sintoma leva a maior incidência de eritema ab igne nessa área.



Fisiopatologia. A exposição prolongada e/ou repetida ao calor pode, em geral, causar danos superficiais às estruturas vasculares, com vasodilatação e deposição de hemossiderina. Outras mudanças incluem alterações nas fibras elásticas, atrofia epidérmica e acumulação de melanina na derme.



Manifestações clínicas. Inicialmente, a lesão é eritematosa e às vezes caracterizada por mudanças superficiais (atrofia, xerose, telangiectasia). Porém, depois de repetidas exposições ao calor, desenvolve-se a hiperpigmentação reticulada clássica azul, roxa ou marrom. Geralmente é assintomático, embora alguns pacientes relatem prurido na fase aguda. Pode ocorrer em qualquer local, sendo mais frequente a distribuição assimétrica. As alterações precoces da pele normalmente desaparecem espontaneamente dentro de várias semanas a meses, após a remoção da fonte de calor da pele. No entanto, lesões de longa duração podem estar associadas à hiperpigmentação permanente.

A exposição crônica à radiação infravermelha pode resultar em mudanças semelhantes às observadas com radiação ultravioleta. O carcinoma pode se desenvolver a partir de queratinócitos displásicos abrigados dentro da hiperpigmentação reticulada. Foram relatados em pacientes após exposição crônica à radiação infravermelha, ceratose térmica e carcinoma de células escamosas.



Diagnóstico. O diagnóstico é baseado na história e quadro clínico, uma vez que as alterações histológicas não são específicas. Portanto, a biópsia deve ser considerada apenas em casos selecionados. Pacientes com eritema ab igne têm história de exposições repetidas ao calor em temperaturas próximas ao limiar de queimadura (43-47 °C). É importante questionar sobre a exposição ocupacional a fontes de calor, por exemplo, trabalhadores de fundição, padeiros.



Diagnóstico Diferencial. O diagnóstico diferencial deve incluir livedo reticular, paniculite, efeitos colaterais de alguns medicamentos (amantadina e memantina).



Tratamento. Nenhuma terapia definitiva está disponível para eritema ab igne. Reduzir ou eliminar a exposição à fonte de calor no início da doença pode reverter a hiperpigmentação. Em casos de curta duração, a resolução completa ocorre com a remoção da fonte de calor. Os casos mais avançados podem responder à tretinoína e o creme de 5-fluorouracil.

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