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Erisipelóide

Infecção bacteriana aguda, causada pelo Erysipelothrix rhusiopathiae ou insidiosa.
Trata-se de uma doença essencialmente ocupacional, que ocorre pelo contato direto da pele humana traumatizada com animais infectados.
Acomete comumente moluscos, peixes, aves e mamíferos. Porcos parecem ser seu principal reservatório.

Após acidente perfurante com escama de peixe ou osso, corte com faca durante tratamento de carne, peixe ou molusco, ou qualquer outra violação da pele com material que tenha entrado em contato com animais contaminados, pode ocorrer o desenvolvimento de lesão típica, poucos dias após o trauma (normalmente menos de 4 dias). Mais comum a contaminação entre açougueiros, pescadores, cozinheiros e donas de casa. Caixas de peixe, cheias ou vazias, parecem ser importante fonte de infecção.

Epidemiologia: Doença rara, sem predominância entre idade, raça ou sexo. Ocorre incidência aumentada no verão e início do outono.

Etiopatogenia: Causada pelo Erysipelothrix rhusiopathiae, bactéria gram-positiva que penetra na pele através de arranhões ou ferimentos perfurantes. No organismo, é capaz de produzir enzimas que penetram através dos tecidos, podendo acometer coração, pulmão, cérebro, articulações e sistema nervoso central. A pele sempre é o órgão mais acometido, seguido pelo coração, no qual pode causar endocardite.

Quadro clínico: Pode ocorrer a forma cutânea localizada (erisipeloide de Rosenbach), forma cutânea difusa ou infecção sistêmica/generalizada, caracterizada por bacteremia.
Nas formas cutâneas, ocorre eritema, dor e ardência no local da lesão. Pode haver febre, astenia e outros sintomas constitucionais. O principal diagnóstico diferencial sempre é com celulite e erisipela. Na maioria dos casos, a acupação do paciente é útil para guiar o diagnóstico.

– Forma cutânea localizada: apresenta-se como placas eritemato-violáceas, bem delimitadas, edematosas, brilhantes, quentes e muito dolorosas, variando de 1 a 10 cm de diamêtro. Supuração não costuma ocorrer. Afeta principalmente os dedos e as mãos, mas qualquer área que sofra traumatismo pode ser afetada.

– Forma cutânea difusa: Ocorrem múltiplas lesões de placas eritemato-violáceas, bem delimitadas, com crescimento periférico e clareamento central.

– Forma generalizada: Ocorre bacteremia. O paciente apresentará febre, calafrios, perda de peso, e outros sintomas a depender do órgão envolvido. Lesões de pele podem não estar presentes. Quando presentes, apresentam-se como placas edematosas, com necrose central.

Tratamento: A bactéria é facilmente eliminada pelo uso de desinfetantes, que devem ser utilizados nos meios de preparo, para evitar a infecção. A infecção é auto-limitada e o tratamento pode ser feito com antibióticos, em especial penicilinas e cefalosporinas. Ceftriaxone é uma boa opção. Importante salientar que o microorganismo é resistente a vancomicina e para os alérgicos, ciprofloxacina é uma boa alternativa.

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