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Eczemas

27/02/2025

Os eczemas são reações inflamatórias da pele caracterizadas clinicamente por prurido, eritema, vesiculação, exsudação, formação de crostas, descamação e liquenificação que acontecem de forma sucessiva ou agrupada e, histologicamente, por espongiose e diferentes graus de acantose.

Dermatite e eczema são dois termos que podem ser considerados sinônimos. Todos os eczemas podem evoluir em 3 fases, relacionadas ao processo inflamatório: aguda ou exsudativa onde predomina eritema e vesícula; subaguda com prevalência de crostas e crônica ou seca, com predomínio das escamas e liquenificação.

As principais forma de eczema são: eczema de contato, dermatite atópica e eczema seborreico. Menos freqüentemente são vistos: eczema numular, disidrose, eczema de estase e dermatite infectiva.

A dermatite infecciosa ou infectiva associada ao vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é uma forma grave de eczema cronicamente infectado que ocorre na primeira infância, embora muito raramente tenham sido relatados casos em adultos. A maioria dos casos vem da Jamaica e do Brasil e ocorre em indivíduos de baixo nível socioeconômico. A dermatite infectiva está sempre associada a infecção refratária por Staphylococcus aureus ou Streptococcus beta-hemolítico da pele e vestíbulos nasais.

Os eczemas são caracterizados por três principais características morfológicas: condição de múltiplos pontos, polimorfismo e coceira. Para descrever o polimorfismo, o "triângulo do eczema" tem sido usado na dermatologia alemã/japonesa. Os múltiplos pontos correspondem a numerosos focos minúsculos dos quais surgem pápulas/vesículas individuais. O polimorfismo revela a composição de eritema, pápula, seropápula, vesícula, pústula, escama e crosta, que são observadas no eczema agudo. Enquanto isso, o eczema crônico é representado por liquenificação e hiperpigmentação, e possivelmente por hipopigmentação.

No eczema agudo, a espongiose está associada à superprodução de ácido hialurônico, à secreção de galectina-7 autoprotetora e à diminuição da expressão de E-caderina. Na derme superior, infiltrado Th1/Tc1 ou Th2/Tc2 e adicional Th17, Th22 e/ou Tc22, dependendo de cada doença eczematosa. As células linfoides inatas também estão envolvidas na formação do eczema.

No eczema crônico, a periostina contribui para o remodelamento da pele inflamatória com fibrose dérmica, e a melanogênese epidérmica e a deposição de pigmento dérmico resultam em hiperpigmentação. Finalmente, as doenças eczematosas estão potencialmente associadas ao aumento do risco de comorbilidades, incluindo não só outras doenças alérgicas, mas também doenças coronárias e problemas mentais como a depressão. Embora a palavra original para eczema seja derivada do grego antigo “ekzein”, o eczema continua sendo um alvo importante da ciência moderna e de novas terapias.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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