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Doença de Grover

Doença de Grover



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Dermatose acantolítica transitória ou doença de Grover não é uma condição incomum, mas que necessita de alto grau de suspeição, o que a torna muitas vezes subdiagnosticada.
Geralmente se apresenta como uma doença benigna e auto-limitada, apesar de adquirir caráter persistente algumas vezes.

Etiologia: Ainda desconhecida, mas alguns fatores têm sido relacionados à sua causa ou exacerbação, como sudorese, calor, stress, trauma local, e eczema, principalmente, eczema atópico. É válido salientar que alguns estudiosos apontam uma relação em pacientes com insuficiência renal e também em pessoas com malignidade detectada, principalmente quando a quimioterapia está envolvida. Há relatos de uso de alguns medicamentos, incluindo imunoterapias, como inibidores de BRAF e ipilimumab.

Um grande estudo retrospectivo de pacientes ambulatoriais encontrou a doença diagnosticada 4 vezes mais no inverno do que no verão e atribuiu essa diferença à pele seca. Outro estudo com pacientes internados encontrou o repouso prolongado no leito como fator de risco.

Epidemiologia: Por se tratar de uma doença frequentemente subdiagnosticada e confundida comumente com outras dermatoses, não há muitos estudos de prevalência para a doença. A proporção homem-mulher varia de 1,8-7:1 na literatura. Ocorre principalmente em homens brancos de meia idade, acima de 50 anos, apesar de haver descrições em outras raças como negros e hispânicos, e em pacientes mais jovens.

Quadro clínico: Pápulas eritematosas, muitas vezes queratósicas, que aparecem subitamente e não coalescem, em face anterior de tórax e ou parte superior do dorso. Um sintoma importante da dermatose é o prurido, que pode ser intenso. Normalmente se resolvem em algumas semanas a meses, e usualmente têm caráter recorrente, ou podem ser persistentes. Podem se apresentar lesões orais, semelhantes a aftas, durante os surtos da doença.
Ocasionalmente, podem ser vistas lesões pustulosas, vesiculares ou seguindo as linhas de Blaschko.

Diagnóstico: O diagnóstico é suspeitado pela clínica que deve ser confirmado pela histologia. A histopatologia evidenciará acantólise suprabasal focal e disqueratose, podendo ser indistinguível do histopatológico do pênfigo vulgar, Hailey-Hailey e/ou Doença de Darier. Além disso, a biópsia pode demonstrar infiltrado dérmico predominantemente linfocitário.

Tratamento: Atividades que induzam a sudorese profusa ou calor excessivo devem ser evitadas.
Corticóides tópicos potentes podem ser efetivos em diminuir a inflamação e melhorar o prurido. Há relatos de benefícios também com uso do calcipotriol. Porém há casos que são resistentes a todas as formas terapêuticas. Novas abordagens indicam o uso de fototerapia com êxito.

Ensaios controlados não foram conduzidos para avaliar a eficácia de terapias sistêmicas para o manejo desta doença. Medicamentos sistêmicos que foram relatados como eficazes para doença grave ou recalcitrante na literatura incluem:
Isotretinoína (0,5-1 mg/kg a cada 24 horas por 2-12 semanas)
Acitretina (0,5 mg/kg a cada 24 horas)
Corticosteróides sistêmicos (prednisona aproximadamente 10-60 mg a cada 24 horas com redução gradual ao longo de várias semanas)
Vitamina A (50.000 U a cada 8 horas por 2 semanas)
Dupilumabe em monoterapia em doses padrão (600 mg na dose inicial e depois 300 mg a cada duas semanas) por 8-12 semanas




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Aldana PC, Khachemoune A.Int J Dermatol. 2020 May;59(5):543-550. doi: 10.1111/ijd.14700. Grover disease: review of subtypes with a focus on management options.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31724740/

Jacob Beer, Misha Rosenbach PMID: 33196735 DOI: 10.36849/JDD.2020.5648 Grover Disease Associated With Chemotherapy: Review of Potential Pathophysiology, Current Treatments, and Future Directions
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33196735/


Atualizado em 30/10/22

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