Dermatofibroma
26/01/2025
Dermatofibroma, histiocitoma, fibroistiocitoma ou histiocitoma fibroso é um tumor benigno cutâneo ralativamente comum, composto predominantemente de fibroblastos e células do tecido conjuntivo ( histiócitos).
Etiologia. Ainda desconhecida. Alguns autores sugerem que a lesão seja desencadeada por um processo inflamatório reativo, com proliferação de fibroblastos, desencadeada por trauma, picada de inseto, ou mesmo um pelo encravado.
Epidemiologia. Mais comum em mulheres, principalmente após a puberdade. Pode acontecer em qualquer idade, porém é mais freqüente em adultos jovens, com 20% das lesões surgindo antes dos 17 anos.
Quadro clínico. Apresenta-se como um nódulo único de 0,5 a 1cm de diâmetro, até 1,5cm segundo alguns autores, de consistência firme, bem delimitado, de coloração rósea ou hipercrômica, e que expressa o típico sinal do encovamento à compressão lateral. Mais comum em extremidades, principalmente nos membros inferiores. Raramente nas pálpebras. Normalmente é assintomático, mas pode apresentar prurido ou dor, sendo atualmente o tumor cutâneo doloroso mais comum.
O tipo variante eruptivo, com presença de múltiplas lesões, está presente em 0,3% dos casos.
Há descrição de subtipos raros de dermatofibroma (celular, aneurismal, atípico ou profundo), que pode recorrer localmente em até 20% dos casos e raramente causar metástases, podendo ser consideradas lesões potencialmente malignas.
O principal diagnóstico diferencial é o dermatofibrossarcoma protuberans, tumor maligno agressivo, que deve ser sempre excluido.
O diagnóstico é clínico, podendo ser auxiliado pela dermatoscopia, que exibe pseudorede periférica com área central branca ou hipocrômica.
A histologia associada a imuno-histoquímica confirmam o diagnóstico. Exibe positividade para o fator XIIIa e negatividade para o fator CD34, o que exclui o dermatofibrossacoma protuberans.
Tratamento. Normalmente não é necessário tratamento para os dermatofibromas pelo caráter benigno da doença, exceto se houver suspeita de algum subtipo mais agressivo ou houver suspeitas para dermatofibrossarcoma. Pode haver regressão espontânea, deixando hipercromia pós-inflamatória.
Quando indicado tratamento, procede-se a excisão cirúrgica da lesão com retirada até o subcutâneo. Em trabalho recente publicado na Ingaterra, foram relatados bons resultados com uso do Pulsed Dye Laser, mas ainda com necessidade de maior casuística para melhor comprovação.
O prognóstico é excelente se não houver presença de subtipo agressivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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