Dermatite Perioral
A dermatite perioral é uma erupção que ocorre na face, predominando, em geral, em torno da boca, caracterizada pela presença de eritema, pápulas e pústulas.
Epidemiologia. Afeta predominantemente mulheres, geralmente entre 20-45 anos, que representam 90% dos casos. Ela também afeta crianças.
Fisiopatologia. A etiologia é desconhecida; no entanto, em 95% dos casos, a causa é uso tópico de corticosteroides por tempo prolongado para uma dermatose prévia, como a dermatite seborreica.
Manifestações clínicas. As lesões cutâneas ocorrem como erupção eritematosa, papular e/ou pustular com um possível aspecto confluente. As pápulas e pústulas têm principalmente uma distribuição perioral. Outros locais de envolvimento incluem a dobra nasolabial e as porções laterais das pálpebras inferiores. A erupção cutânea geralmente não é muito incômoda, embora possa causar prurido ou queimação leves. Muitos pacientes com dermatite perioral têm história de eczema ou asma. Isso pode se justificar pelo uso frequente de medicamentos esteroides.
Diagnóstico. O diagnóstico é clínico, mas às vezes alguns testes são necessários para afastar outras causas. Os achados histológicos são semelhantes aos da rosácea, mas os sinais de danos cutâneos actínicos geralmente são menos intensos. Assim, pode-se esperar um infiltrado linfohistiocítico com localização perifolicular em todas as fases. Uma inflamação granulomatosa marcada e, ocasionalmente, abscessos perifoliculares podem estar presentes quando as pústulas e as pápulas são os achados clínicos dominantes.
Diagnóstico diferencial. Os diagnósticos diferenciais incluem: acne vulgaris; dermatite de contato alérgica; dermatite de contato por irritante primário; rosácea. A demodicose facial (infestação com Demodex folicular) assemelha-se clinicamente à dermatite perioral e deve ser excluída, especialmente quando as terapias anti-inflamatórias falharem e se o paciente estiver imunossuprimido.
Tratamento. Em casos leves, geralmente recomenda-se a terapia tópica individualizada. Os agentes antimicrobianos incluem: metronidazol, eritromicina, clindamicina. Os anti-inflamatórios não esteroides tópicos ajudam a diminuir a inflamação na pele. Nas formas graves da dermatite perioral ou quando não responde aos cremes tópicos, deve-se fazer um tratamento sistêmico com antibiótico oral. As drogas de escolha são doxiciclina (ou tetraciclina) e minociclina. Em formas não responsivas e granulomatosas, a isotretinoína oral pode ser considerada.
A terapia-zero baseia-se na ideia de que ao cessar o uso de todos os medicamentos tópicos e cosméticos, o fator causal subjacente à dermatite perioral será eliminado. Esta forma de terapia pode ser efetiva predominantemente em casos associados ao abuso de esteroides ou quando se suspeita de intolerância a cosméticos.