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Condrodermatite Nodular da Hélice

20/01/2025





A condrodermatite nodular da hélice é uma condição comum, benigna e dolorosa da hélice ou anti-hélice da orelha. É também conhecida como doença de Winkler, em homenagem ao dermatologista que primeiro descreveu a condição em 1915. Posteriormente, foi definida em 1918 por Foerster, que também delineou os detalhes microscópicos, clínicos e de tratamento da doença.

Epidemiologia. Embora ocorra principalmente nos homens, 10-35% dos casos envolvem as mulheres. Os homens geralmente apresentam lesões na hélice, enquanto as mulheres tendem a apresentar na anti-hélice. Afeta principalmente pessoas de meia idade e indivíduos de pele clara.

Fisiopatologia. Os fatores etiológicos relacionados incluem trauma crônico, exposição prolongada ao sol, baixa temperatura e pressão prolongada/excessiva com comprometimento do suprimento sanguíneo local. A associação com doenças sistêmicas também foi sugerida. Várias características anatômicas da orelha predispõem as pessoas ao desenvolvimento desta condição, pois a orelha tem pouco tecido subcutâneo para isolamento e preenchimento, e apenas pequenos vasos sanguíneos. Na maioria dos casos, a pressão focal sobre a cartilagem rígida provoca danos na cartilagem e pele subjacente. As características anatômicas da orelha impedem a cicatrização adequada e conduzem à pericondrite secundária. Outras causas de pressão incluem o uso contínuo e prolongado de aparelhos auditivos, fones de ouvido e outros acessórios de cabeça.

Manifestações clínicas. A apresentação é de nódulo solitário, firme e doloroso, com tamanho <10 mm, localizado na hélice ou menos frequentemente, na anti-hélice da orelha. Na maioria das vezes é unilateral e se desenvolve no mesmo lado que o paciente dorme na cama. O nódulo aumenta rapidamente ao longo de alguns meses e depois permanece estável. A superfície é frequentemente coberta por uma crosta que esconde uma pequena úlcera. A dor inicia com aumento da pressão local ou mudanças na temperatura, durando de alguns minutos a horas.

Diagnóstico. É baseado no exame físico e história do rápido desenvolvimento da lesão nodular dolorosa. Nos casos duvidosos, a lesão deve ser excisada e enviada para exame histopatológico. A histopatologia mostra nódulo de colágeno degenerado cercado por infiltrado linfohistiocitário e a ulceração central através da qual o colágeno degenerado e extrudado está frequentemente presente.

Diagnóstico diferencial. Uma característica clinicamente distintiva da condrodermatite nodular da hélice é que as lesões cutâneas são dolorosas. Em contraste, os tumores cutâneos no diagnóstico diferencial são geralmente indolores, mesmo quando ulcerados. O diagnóstico diferencial inclui ceratose actínica hipertrófica, carcinoma basocelular, ceratoacantoma, carcinoma de células escamosas e gota.

Tratamento. O tratamento conservador inclui estratégias para aliviar a pressão e corticosteroide intralesional. Uma prótese de alívio de pressão pode ser usada com o objetivo de descomprimir o local da lesão. A prótese/acolchoamento de alívio de pressão é um método econômico e barato. O principal objetivo dessas próteses é aliviar ou eliminar a pressão sobre a lesão. Eles estão disponíveis em várias formas, como esponjas de espuma autoaderentes, bandagens de espuma presas à cabeça e travesseiros para dormir. Injeções de triancinolona acetonida 10 mg/mL podem proporcionar alívio rápido da dor na maioria dos pacientes, e a longo prazo a resolução da lesão em alguns.

Outros tratamentos que foram avaliados em pequeno número de pacientes incluem nitroglicerina tópica 2% e terapia fotodinâmica. Como a condrodermatite nodular da hélice pode resultar de isquemia devido ao estreitamento arteriolar pericondrial, a nitroglicerina causa relaxamento e vasodilatação do músculo liso arteriolar, podendo restaurar o fluxo sanguíneo adequado para reverter as alterações isquêmicas. Embora seja geralmente aceito que a terapia fotodinâmica causa inflamação aguda, ela também pode interromper o processo de inflamação crônica e estimular a cicatrização. Verificou-se que a perfusão sanguínea é aumentada imediatamente após a irradiação, persistindo até uma semana.

As abordagens cirúrgicas incluem crioterapia, curetagem, ablação a laser de CO2, excisão em cunha e remoção de cartilagem. A recorrência após a excisão cirúrgica é vista entre 10- 30% dos pacientes.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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