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Colestase Intra-hepática da Gravidez

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A colestase intra-hepática da gravidez (ICP) é um distúrbio colestático caracterizado por prurido com início no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, níveis elevados de aminotransferases séricas e ácidos biliares e alívio espontâneo dos sinais e sintomas dentro duas a três semanas após o parto.

Epidemiologia: Doença relativamente rara, acometendo cerca 1 a 3% de todas as gestações, tipicamente no terceiro trimestre.

Etiopatogenia: Ainda com etiologia desconhecida e provável caráter multifatorial, talvez relacionados com aumento dos níveis hormonais de estrógeno e progesterona inerentes a gestação, que induziriam aumento na excreção de sais biliares.

Manifestações clínicas: O quadro é inespecífico de prurido e icterícia em gestante no terceiro trimestre gestacional. O prurido tende a iniciar-se em abdômen, palmas e plantas, com posterior disseminação. Exames laboratoriais sempre devem ser solicitados em caso de suspeita de colestase intra-hepática e evidenciam alteração de enzimas hepáticas. A colestase intra-hepática da gravidez aumenta o risco de parto prematuro (19-60%), coloração de mecônio no líquido amniótico (27%), bradicardia fetal (14%), sofrimento fetal (22-41%) e perda fetal (0,4-4,1%), particularmente quando associado a níveis séricos de ácidos biliares em jejum > 40 micromol/L.

Tratamento: O tratamento é sintomático, com relatos de bons resultados com uso de ácido ursodesoxicólico no controle do prurido. O ácido biliar hidrofílico ursodesoxicólico (10-20 mg/kg/d) é hoje considerado o tratamento de primeira linha para a colestase intra-hepática da gravidez. O parto tem sido recomendado na 38ª semana, quando a maturidade pulmonar foi estabelecida. Deve ser ressaltado que o tratamento materno pode não diminuir os riscos fetais.
O prognóstico é benigno para mãe com tendência resolução espontânea após o parto, porém o prognóstico fetal não sendo tão favorável, com risco aumentado de prematuridade e óbito fetal, devendo ser considerada uma gestação de alto risco. A recorrência é alta em gestações subseqüentes, chegando a 70% dos casos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Orphanet J Rare Dis. Colestase intra-hepática da gravidez Thomas Pusl 1, Ulrich Beuers. 29 de maio de 2007; 2:26. PMID: 17535422 PMCID: PMC1891276 DOI: 10.1186/1750-1172-2-26

Atualizado em 23/11/22

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