Ceratose Pilar
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Ceratose pilar
Ceratose pilar é uma desordem genética da queratinização dos folículos pilosos da pele, caracterizada por hiperqueratinização. É uma condição benigna, extremamente comum, que se apresenta como pequenas pápulas queratósicas ásperas na pele.
Etiopatogenia: Ainda com etiologia indefinida, têm herança genética, com história familiar positiva em mais de 50% dos casos. Relaciona-se a situações que predispõem a pele seca, ictiose, xerose, dermatite atópica. Apresenta também relação estatisticamente significante entre o problema e um índice de massa corpórea maior que 25. Em um estudo realizado com 13 pacientes de Acantose Nigricante (doença sinalizadora de diabetes), 9 possuíam ceratose pilar, o que indica essa possível associação entre as patogenias. Acredita-se que haja uma hiperqueratinização ao redor do folículo piloso, que quando obstruído dá origem a pápulas queratósicas, que surgem a partir do acúmulo de queratina sobre o óstio folicular. Mutações no gene da filagrina têm correlações com ceratose pilar, já que essa proteína é a responsável pela queratinização da pele. Muitos pacientes adquirem um eritema ao redor do folículo, sendo indicativo de processo inflamatório.
Epidemiologia: Doença muito comum, acomete preferencialmente crianças e adolescentes. Estima-se que 50 a 80% dos adolescentes sejam atingidos pela dermatose e aproximadamente 40% dos adultos. Normalmente as mulheres são mais afetadas que os homens. Apresenta períodos de melhora no verão e piora no inverno, provavelmente pelo clima seco imposto pela estação.
Quadro clínico: Caracteriza-se por pápulas queratósicas foliculares, de textura áspera, alguns pacientes descrevendo um aspecto de “lixa”, principalmente em faces extensoras de braços e coxas, mas podem acometer nádegas, tronco e até face. Eritema pode ser visto, se inflamação estiver presente. Normalmente assintomáticas, mas eventualmente podem ser pruriginosas. E apesar do caráter benigno, tem grande impacto estético nos pacientes. Queratose pilar atrofiante da face (Ulerythema ophryogenes) é descrita como uma variante incomum, caracterizada por pápulas eritematosas na face principalmente em bochechas e sobrancelhas. Pode ocorrer perda de pêlo na área afetada. A queratose pilar rubra (KPR) é um grupo raro de doenças hereditárias idiopáticas de queratinização, e é considerada como variante da queratose pilar. É caracterizada por um eritema bem definido e pequenas pápulas foliculares ceratóticas que são vistas nas bochechas e na área pré-auricular. A queratose pilar rubra é uma situação esteticamente angustiante, e principalmente o eritema vascular é a queixa mais comum.
Diagnóstico: A ceratose pilar é um diagnóstico clínico baseado na história e nos achados do exame físico. No entanto, a avaliação das lesões cutâneas com o dermatoscópio pode auxiliar no diagnóstico. Anormalidades do folículo piloso serão exibidas ao visualizar as pápulas com um dermatoscópio. Os fios de cabelo podem ser finos e curtos, enrolados ou embutidos no estrato córneo. Descamação e eritema também estarão presentes na dermatoscopia. Uma biópsia geralmente não é necessária para o diagnóstico. Foliculite, Dermatite atópica, Milium, Acne vulgar e Escorbuto são diagnósticos diferenciais.
Tratamento: Como a doença tem origem genética, nenhum tratamento curativo é viável. Dessa forma, deve-se orientar o paciente sobre a necessidade da continuidade do tratamento. Medidas gerais para prevenir o ressecamento da pele são fundamentais, assim como uma boa hidratação. Uso de cremes queratolíticos é essencial para o tratamento. Opções terapêuticas incluem uso de ácido lático, ácido glicólico, ácido salicílico, cremes de uréia, adapaleno e outros retinóides. Cremes esteróides para o componente eritematoso podem ser usados. Uma rotina de composto uréia e ácido salicílico 2 vezes ao dia tem boa resposta. Uso intermitente de retinóides tópicos, semanalmente ou quinzenalmente pode ser útil. Tacrolimus, pimecrolimus podem ser opções para pacientes com componente inflamatório importante e resistente à retirada do corticoide. Alguns estudiosos indicam o uso de terapia fotodinâmica. Nos últimos anos, o laser pró-amarelo (577 nm), sistema de laser com comprimento de onda de luz amarela, vem sendo utilizado como alternativa para a busca de tratamento mais eficaz principalmente em lesões vasculares. O laser de CO2 também tem sido usado com sucesso de até 33%. Também tem sido usados Nd-YAG, Alexandrite, diodo 810nm.
Rferências bibliográficas:
Keratosis Pilaris; Keith B. Pennycook , Tess A. McCready ; 2022 Jan. 2022 Jun 27. PMID: 31536314
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK546708/#article-23873.s3
2018 Oct;19(5):733-757. doi: 10.1007/s40257-018-0368-3. Keratosis Pilaris and its Subtypes: Associations, New Molecular and Pharmacologic Etiologies, and Therapeutic Options Jason F Wang , Seth J Orlow
https://sci-hub.se/10.1007/s40257-018-0368-3
J Cosmet Dermatol.15 de maio de 2022. doi: 10.1111/jocd.15088. Online antes da impressão.Tratamento da queratose pilar rubra com laser pró-amarelo de 577 nm
Selami Aykut Temiz 1, Arzu Ataseven 1, Recep Dursun 1PMID: 35569135 DOI: 10.1111/jocd.15088
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ATUALIAZAÇÃO: 21/09/2022