Ceratoacantoma
15/01/2025
Ceratoacantoma
Tumor benigno de crescimento rápido originado do folículo piloso que, se não tratado, regride espontaneamente. Deve ser diferenciado clínica e histologicamente do carcinoma espinocelular.
Etiologia e epidemiologia. Atinge mais os homens brancos acima dos 60 anos de idade. Ocorre mais na pele exposta ao sol, da face e pescoço (74%) e dorso das mãos (17%). Além da pele clara e da exposição à radiação ultravioleta, outros fatores de risco para o aparecimento do ceratoacantoma (KA) incluem: carcinógenos químicos, anormalidades genéticas e algumas medicações. O papel do papilomavírus humano no surgimento das lesões ainda permanece incerto, bem como um maior risco de fumantes desenvolverem a doença. Historicamente, os KAs têm sido considerados uma variante do carcinoma de células escamosas cutâneo (cSCC) e são frequentemente relatados como cSCC do tipo KA. No entanto, a tendência à regressão levou muitos a categorizar os KAs como tumores biologicamente benignos com mecanismos fisiopatológicos distintos do cSCC maligno. As semelhanças clínicas e histopatológicas entre KA e cSCC, particularmente a variante bem diferenciada de cSCC, dificultaram ou impossibilitaram a diferenciação definitiva em muitos casos. A ambiguidade entre as entidades levou à recomendação geral de excisão cirúrgica de KAs para garantir que um cSCC potencialmente maligno não seja deixado sem tratamento. Esse padrão atual cria morbidade cirúrgica desnecessária e tensão financeira para os pacientes, especialmente a população idosa em risco. Não houve relatos de morte por KA definitiva até o momento, enquanto o cSCC tem uma taxa de mortalidade aproximada de 1,5%. A distinção confiável de cSCC de KA mudaria as estratégias de gerenciamento de KAs para modalidades de tratamento menos invasivas, evitaria morbidade cirúrgica desnecessária e provavelmente reduziria os custos de saúde associados. O ceratoacantoma é considerado um subtipo de CEC, embora ainda haja debate sobre a natureza da lesão. O ceratoacantoma (KA) é um tumor epitelial da pele, classicamente considerado com risco de transformação maligna de 15%; entretanto, muitos autores e a nova classificação de tumores de pele da Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram o KA como uma variante incipiente do carcinoma espinocelular cutâneo (CEC).
Manifestações clínicas. Inicia-se por uma pápula vermelha que lembra o molusco contagioso. Em poucas semanas ocorre um crescimento rápido da lesão que atinge 1 a 2 cm de diâmetro, mostrando uma cratera central preenchida por massa córnea. Permanece estática por 2 a 3 meses, para regredir espontaneamente após um tempo médio de 6 meses, deixando uma cicatriz. Normalmente é uma lesão solitária. Existem os ceratoacantomas múltiplos, o gigante e o marginado centrífugo. Classicamente, o KA se manifesta como uma lesão escamoide bem diferenciada, de crescimento rápido, com predileção por locais expostos ao sol em idosos e tendência a regredir espontaneamente.
Diagnóstico. O diagnóstico é sugestivo pela história e aparência da lesão, mas deve ser confirmado através de biópsia pelo exame histopatológico. Mesmo assim, pode ser difícil diferenciá-lo do carcinoma espinocelular, que é um tipo de câncer de pele. Por isso, a biópsia deve ser preferentemente excisional.
Tratamento. O tratamento pode ser feito com curetagem e coagulação da base, exérese e sutura, 5-fluoruracil tópico ou methotrexate intralesional. Crioterapia também é indicada a depender do local da lesão.
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