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Bromidrose

Bromidrose



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Caracterizada pelo mau odor corporal, a bromidrose é uma condição angustiante nos aspectos social e salutar. Está estreitamente ligada às glândulas secretoras humanas.

DIVISÃO DAS GLÂNDULAS: Antes de tudo, é significativo destacar que as glândulas secretoras humanas são divididas em basicamente dois tipos: apócrinas e écrinas. As glândulas écrinas estão distribuídas por toda a superfície cutânea, onde são responsáveis pela termorregulação por meio da produção de suor. Em contraste, as glândulas apócrinas apresentam uma distribuição limitada, envolvendo a axila, pele genital, e seios. Elementos das apócrinas também são encontrados nas áreas periorbital e periauricular. Os achados histológicos sugerem que as glândulas écrinas são dominantes na derme, enquanto a maioria das glândulas apócrinas estão localizados no tecido subcutâneo.

A bromidrose, portanto, pode ser classificada de acordo com essa diferenciação das glândulas.

EPIDEMIOLOGIA: A bromidrose, em grande parte, é determinada pela secreção de glândulas apócrinas, enquanto o suor écrino é inodoro, mas em algumas circunstâncias o odor pode ser fétido (bromidrose écrina), podendo prejudicar substancialmente a qualidade de vida de uma pessoa. A bromidrose é típica dos indivíduos pós-púberes. Acredita-se que a bromidrose apócrina seja mais comum em pacientes de pele escura. Nos pacientes asiáticos, a bromidrose apócrina pode estar associada a uma história familiar positiva. A bromidrose écrina ocorre em pessoas de todas as raças. A bromidrose exibe predominância no sexo masculino, podendo ser um reflexo da maior atividade das glândulas apócrinas nos homens em comparação com as mulheres. Estudos têm demonstrado que, em comparação aos controles, os indivíduos com bromidrose exibem um maior número e maior tamanho de glândulas apócrinas.
BROMIDROSE APÓCRINA: É a forma mais prevalente de bromidrose e deve ser diferenciada da bromidrose écrina, que é menos comum. As glândulas apócrinas não têm nenhum papel termorregulador, mas são responsáveis por odores característicos ferormonais. Elas secretam uma pequena quantidade de líquido oleoso, que é inodoro, ao atingir a superfície da pele. O odor característico é devido à decomposição de bactérias no líquido oleoso.

ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA BROMIDROSE APÓCRINA: Vários fatores contribuem para a patogênese da bromidrose apócrina. A decomposição bacteriana da secreção apócrina produz amônia e ácidos graxos de cadeia curta, com seus característicos odores fortes. O mais abundante destes ácidos é (E)-3-metil-2-ácido hexanóico (E-3M2H), que é trazido à superfície da pele ligado por 2 proteínas de ligação, ASOB1 e ASOB2. ASOB2 foi identificada como apolipoproteína D (apoD), um membro conhecido da família lipocalina de proteínas transportadoras. Foi demonstrado que a flora bacteriana axilar produz o odor axilar característico, transformando precursores não odoríferos do suor em ácidos voláteis odoríferos. Os mais comuns são E-3M2H e (RS)-3-hidroxi-3-methlyhexanoic ácido (HMHA), que são liberados através da ação de uma enzima zinco-dependente a aminoacilase N-alfa-acil-glutamina (N-AGA ) de espécies de Corynebacterium. Esta enzima aminoacilase também libera outros ácidos conjugados odoríferas de glutamina no suor, que podem ser a base do odor corporal individual.

BROMIDROSE ÉCRINA: Em determinadas circunstâncias, a secreção das glândulas écrinas, que normalmente é inodora, assume um aroma ofensivo, causando a bromidrose écrina. A degradação bacteriana da queratina produz um odor fétido.

ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA BROMIDROSE ÉCRINA: A ingestão de alguns alimentos, incluindo o alho, a cebola, o curry, o álcool, certos medicamentos (por exemplo, a penicilina, brometos), e as toxinas podem causar bromidrose écrina. Por último, bromidrose écrina pode resultar de causas subjacentes metabólicas ou endógenas em certas doenças sistêmicas, tais como aminoacidúrias hereditárias. “O odor de peixe” é característico da trimetilaminúria.O papel da secreção excessiva ou hiper-hidrose das glândulas écrinas, na patogênese da bromidrose não é clara. A hiperidrose pode favorecer a propagação da secreção sudorípara apócrina e contribuir ainda mais para bromidrose, criando um ambiente úmido, propício para um crescimento excessivo de bactérias. Por outro lado, a hiperidrose écrina pode causar uma diminuição no odor porque dilui a secreção sudorípara apócrina.A forma mais comum desta condição ocorre nas regiões interdigitais e plantares e é causada pela degradação do macerado do estrato córneo por bactérias, produzindo ácidos graxos odorigênicos.



Os fatores predisponentes incluem a hiperhidrose, obesidade, intertrigo, diabetes mellitus, eritrasma (infecção bacteriana crônica pelo Corynebacterium minutissimum, em que a pele tem uma fluorescência coral-vermelho característica sob exame com lâmpada de Wood, sendo uma preparação de hidróxido de potássio negativa para hifas) e a tricomicose axilar (a preparação de hidróxido de potássio mostra bactérias dentro de concreções de pêlos axilares).


Vários relatos de casos em crianças descreveram um corpo estranho nasal como causa de bromidrose generalizada.




TRATAMENTO: O odor pode usualmente diminuir através do controle da hiperhidrose, higiene apropriada, o uso de agentes secativos e preparações antibacterianas. A remoção dos pelos axilares com laser está indicada. A toxina botulínica contribui para diminuir a hiperidrose axilar écrina. Sua ação na bromidrose apócrina é controversa. O procedimento de sucção e curetagem modificado é uma ótima estratégia terapêutica para o tratamento da bromidrose axilar. Ademais, é válido ressaltar o uso do ultrassom VASER (um sistema de ultrassom cirúrgico para emulsificação da gordura), que é seguro e eficaz para o tratamento da hiperidrose/bromidrose axilar. O método é minimamente invasivo com retorno imediato às atividades básicas e apenas uma pequena restrição temporária do movimento do braço. Aos 6 meses, o tratamento parece ser de longa duração, mas é necessário acompanhamento adicional para verificação da permanência. Este método tornou-se o padrão de cuidado para o tratamento da hiperidrose/bromidrose axilar na prática de diversos autores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
2009 May;33(3):312-23. doi: 10.1007/s00266-008-9283-y. Treatment of axillary hyperhidrosis/bromidrosis using VASER ultrasound. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19123021/

2014 Feb;38(1):151-155. doi: 10.1007/s00266-013-0246-6. Modified tumescent superficial suction with curettage treatment for axillary bromidrosis: clinical experience of 280 cases
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24337172/



Atualizado 28/10/22

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