Balanite de Zoon
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A Balanite de Zoon (BZ) é uma dermatose inflamatória crônica da glande e prepúcio, que afeta homens não circuncidados. Na mulher corresponde a vulvite plasmocitária circunscrita de Zoon, geralmente ocorrendo tardiamente na menopausa. Epidemiologia. Não existem muitos dados publicados sobre a incidência e prevalência da Balanite de Zoon.
A idade de início do aparecimento das lesões varia de 20 a 90 anos, embora ocorra mais frequentemente em homens idosos. Etiologia. A etiologia e patogênese dessa condição ainda não estão totalmente esclarecidas. Como é vista principalmente em homens não circuncidados, supõe-se que seja devido à irritação, à retenção de urina e esmegma em um “prepúcio disfuncional”, o que vai levar a má higiene genital e infecção de repetição (com Mycobacterium smegmatis ). Além disso, trauma, calor e fricção constante podem ser fatores contributivos. Manifestações clínicas. Geralmente é assintomática e o paciente apresenta apenas alterações na aparência da genitália. No entanto, às vezes, acompanha-se de sintomas como prurido, disúria, dor e sensação de queimação. Normalmente, apresenta-se com um curso mais indolente e a lesão é desenvolvida durante meses a anos. É uma mucosite inflamatória idiopática, crônica e benigna que se apresenta clinicamente como uma placa eritematosa única, brilhante, úmida, laranja-vermelha e bem definida na glande ou prepúcio dos homens de meia idade e idosos não circuncidados.
Diagnóstico. Alguns autores encontraram uma associação entre BZ e Eritroplasia de Queyrat, enquanto outros acreditam que a BZ possa preceder o carcinoma do pênis, supondo que as alterações cancerígenas apareçam na mucosa cronicamente inflamada. A diferenciação clínica pode ser às vezes desafiadora, por isso é necessário o exame histopatológico. Histologicamente, ocorre no início do processo um ligeiro espessamento da epiderme, com paraqueratose e um infiltrado de linfócitos em faixa, com raros plasmócitos na derme superior. Com a progressão da doença, uma atrofia da epiderme, erosões superficiais e um infiltrado plasmocitário mais denso aparecem. Avanços na diferenciação BZ de outras entidades incluem microscopia confocal de reflectância e dermatoscopia.
Diagnóstico diferencial: Antes de chegar a um diagnóstico de BZ, outras entidades no diagnóstico diferencial amplo precisam ser descartadas por biópsia, cultura, exame de KOH ou teste de contato. Inclui candidíase, líquen plano, sífilis secundária, Eritroplasia de Queyrat (carcinoma de células escamosas in situ) ou Doença de Bowen, que simula clinicamente Balanite de Zoon. Além disso, dermatite de contato alérgica, herpes genital, psoríase, artrite reativa, erupção medicamentosa fixa , pênfigo vulgar e Doença de Reiter devem ser diferenciadas.
Tratamento: A circuncisão é considerada como o tratamento com melhores resultados, uma vez que a ausência do prepúcio removeria um local de inflamação crônica. Porém, é rejeitado pela maioria dos pacientes. Outras modalidades terapêuticas apresentam, frequentemente, resultados parciais. Entre os tratamentos tópicos obtêm-se resultados parciais com o uso de cremes de corticoides. Mais recentemente, foram utilizadas outras formas de tratamento, incluindo a terapia fotodinâmica em lesões refratárias e o uso de laser de CO2. Atualmente, houve relatos do uso de inibidores da calcineurina (tacrolimus e pimecrolimus) com boa resposta em alguns casos. Segundo alguns estudiosos, o uso de mupirocina (pomada) também é indicado como alternativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Warren R. Heymann, MD February 19, 2020;MEN IN THE TWILIGHT ZOON;
https://www.aad.org/dw/dw-insights-and-inquiries/2020-archive/february/men-in-the-twilight-zoon
J Drugs Dermatol 2017 Mar 1;16(3):285-287; Zoon Balanitis Revisited: Report of Balanitis Circumscripta Plasmacellularis Resolving With Topical Mupirocin Ointment Monotherapy https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28301626/
Atualizado em 28/10/22